terça-feira, 17 de agosto de 2010

Professores da Uenf param por tempo indeterminado

Professores e funcionários da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), com sede em Campos, entraram ontem em greve por tempo indeterminado e afirmam que só voltam às atividades depois que o governo do Estado “mudar a política de destruição da instituição”. Segundo o presidente da Associação dos Docentes da Uenf (Aduenf), Marcos Pedlowski, “o atual governo desfaz o projeto do professor Darcy Ribeiro, mentor do projeto da universidade”.
Ainda segundo Pedlowski, a Uenf perdeu cerca de 30% do orçamento e as pesquisas e outras atividades da instituição estão em risco. “Nos últimos três anos cerca de 60 a 70 professores e pesquisadores abandonaram a Uenf e migraram para outras universidades por causa da política que deixou os salários defasados em 33%”, completa.
O reitor da Uenf, Almy Junior, admite que a greve é “por motivos justos” e informa que há setores do próprio governo que consideram um equívoco deixar os professores de fora do reajuste de 22% concedido aos outros funcionários. O reitor confirma informações dos professores de que a decisão do governo coloca os funcionários da área técnica com salários superiores aos dos professores.
Governo avisado – Ainda segundo Almy Junior, o governo foi avisado que o salário médio do professor da Uenf, de R$ 5,5 mil, fica bem abaixo da remuneração dos professores das universidades federais, de R$ 7,5 mil. “Temos tentado solucionar o impasse. Ainda acredito num entendimento. Mas sabemos é difícil, porque em período eleitoral não é permitido conceder reajuste a servidores nos últimos seis meses do fim da gestão”.
Saída de professores gera risco de perda da qualidade do ensino
Uma questão que preocupa o reitor é o risco de queda da qualidade do ensino na Uenf, reconhecida nacionalmente. “O nível da qualidade da Uenf se faz pelos seus professores. Infelizmente, pelo menos 20% do nosso corpo docente migrou para universidades federais, que pagam melhor”, lamentou reitor.
A reportagem de O Diário tentou contato na tarde de ontem com os setores responsáveis pela administração do ensino superior do governo do Estado, mas não obteve resposta.

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