A juventude sul–americana é mais escolarizada atualmente do que as gerações passadas. Essa é uma das constatações do estudo feito nos últimos três anos com jovens de seis países da América do Sul (Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai e Bolívia) pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), Instituto Polis e mais seis organizações parceiras. Os dados serão divulgados hoje (25).
“Independente da faixa de escolaridade que você pegue entre jovens e adultos, os jovens são mais escolarizados, em maior proporção”, afirmou à Agência Brasil a pesquisadora do Ibase, socióloga Patrícia Lânes, membro da equipe técnica geral da pesquisa. Sobre a religião, a percepção é que os jovens de hoje têm fé, mas não assumem uma religião. Acreditam em alguma coisa, mas não têm uma crença definida.
De acordo com ela, houve um avanço em relação à escolaridade. “A gente conseguiu que as pessoas que estão no mundo hoje em dia sejam mais escolarizadas”. Apesar desse avanço, a educação continua aparecendo como uma das mais fortes demandas entre os jovens organizados, segundo o estudo, que será divulgado na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).
“A gente tem movimentos importantes de estudantes tanto no Brasil, como no Chile, Uruguai, Paraguai, na Bolívia também, reivindicando uma educação de melhor qualidade.”
No caso do Brasil, os jovens priorizam a questão do passe livre ou da meia passagem, como forma no transporte público. O mesmo ocorre nos movimentos de jovens do Paraguai. Já no Chile, Patrícia Lânes revelou que a maior luta é a favor de mudanças na legislação em relação à educação pública. A lista elaborada pelo Ibase e seus parceiros prioriza, ainda, reivindicações da juventude sobre cultura, segurança pública e respeito aos direitos humanos, meio ambiente, transportes, saúde, moradia e participação. “São as demandas que aparecem com maior recorrência no estudo, quando a gente ouvia esses jovens organizados.”
Outro aspecto de destaque na pesquisa sobre a juventude da América do Sul é a questão do acesso à internet, a chamada conectividade. Essas três características (escolaridade, religiosidade, acesso à internet) são comuns à atual geração de jovens, embora existam distinções entre jovens que moram em áreas urbanas e rurais, observou Patrícia.
Segundo ela, a internet é um dado novo que faz parte de uma realidade que se impõe para quem já nasceu em um mundo que tem no computador uma ferramenta social e de trabalho, diferentemente do que ocorria com as gerações passadas. O que vai mudar é o que eles estão entendendo como qualidade, independentemente do tipo de movimento”, externou Patrícia.
Eis a questão: Estudamos mais, mas será que aprendemos a melhor maneira de cobrar nossos DIREITOS?
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