Grande parte do leite humano não pode ser digerida pelos bebês e parece ter uma finalidade bastante distinta da nutrição infantil – influenciar na composição das bactérias nos intestinos do bebê.
Os detalhes dessa relação a três entre mãe, criança e micróbios intestinais estão sendo analisados por três pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Davis – Bruce German, Carlito Lebrilla e David Mills. Junto a colegas, eles descobriram que um tipo específico de bactérias, uma subespécie da Bifidobacterium longum, possui um conjunto especial de genes que possibilita seu desenvolvimento nos componentes indigeríveis do leite.
Essa subespécie é comumente encontrada nas fezes de bebês amamentados. Ela reveste a superfície interior dos intestinos infantis, protegendo contra bactérias nocivas.
Os bebês supostamente adquirem a classe especial de “bifido” de suas mães, mas ela ainda não foi identificada em adultos. “Estamos todos imaginando onde ela se esconde”, disse Mills.
A substância indigerível que favorece a bactéria bifido é uma grande quantidade de açúcares complexos derivados da lactose, o principal componente do leite. Os açúcares complexos consistem de uma molécula de lactose à qual foram acrescentadas cadeias de outras unidades de açúcar. O genoma humano não contém os genes necessários para quebrar os açúcares complexos, mas a subespécie bifido sim, afirmaram os pesquisadores, numa revisão de seu progresso na “Proceedings of the National Academy of Sciences”.
Sempre se acreditou que os açúcares complexos não possuíam importância biológica, mesmo constituindo até 21% do leite. Além de promover o crescimento da classe bifido, eles também servem como iscas para bactérias nocivas que possam atacar os intestinos do bebê.
Produto da evolução
Os açúcares são muito parecidos com aqueles encontrados na superfície das células humanas, e são construídos nas mamas pelas mesmas enzimas. Muitas bactérias e vírus tóxicos se unem a células humanas ao se ancorar nos açúcares da superfície. Mas aqui, em vez disso, eles se unem aos açúcares complexos do leite. “Achamos que as mães evoluíram para transmitir essa substância ao bebê”, afirmou Mills.
German considera o leite como “um impressionante produto da evolução”, que foi vigorosamente moldado pela seleção natural por ser tão essencial à sobrevivência de mãe e filho. “Tudo no leite vem da mãe – ela está literalmente dissolvendo seus próprios tecidos para produzi-lo”, explicou ele.
Do ponto de vista do bebê, ele nasce num mundo repleto de micróbios hostis, com um sistema imunológico destreinado e sem o cáustico ácido estomacal que, nos adultos, mata a maioria das bactérias. Qualquer elemento no leite capaz de protejer o bebê será fortemente favorecido pela seleção natural.
“Ficamos impressionados que o leite tivesse tanto material indigerível pelo bebê”, disse German. “Descobrir que ele seletivamente estimula o crescimento de bactérias específicas, que por sua vez protegem a si mesmo, nos permite enxergar a genialidade da estratégia – as mães recrutando outra forma de vida para cuidar de seus filhos”.
German e seus colegas estão tentando “desconstruir” o leite, na teoria de que o fluido foi moldado por 200 milhões de anos de evolução mamífera e guarda uma riqueza de informações sobre a melhor forma de alimentar e defender o corpo humano. Embora o leite em si seja projetado para bebês, suas lições podem se aplicar aos adultos.
Os açúcares complexos, por exemplo, são evidentemente uma forma de influenciar a microflora intestinal, então eles podem, em princípio, ser usados para ajudar bebês prematuros, ou aqueles nascidos por cesariana, que não adquirem imediatamente a classe bifido. Sempre se pensou que não existia fonte para os açúcares além do leite humano, mas eles foram recentemente identificados no soro de leite, um subproduto da fabricação de queijos. Os três pesquisadores pretendem testar os açúcares complexos por benefícios a bebês prematuros e idosos.
Proteínas
As proteínas do leite também possuem funções especiais. Uma delas, chamada Alpha- lactalbumin, pode atacar células de tumores e aquelas infectadas por vírus, ao restaurar sua habilidade perdida de cometer suicídio celular. A proteína, que se acumula quando um bebê é desmamado, também é o sinal para que os seios se remodelem de volta ao estado normal.
Essas descobertas deixaram os três pesquisadores bastante cientes de que cada componente do leite possui uma função especial. “Tudo está ali por um motivo, embora ainda estejamos descobrindo quais são esses motivos”, disse Mills. “Então, pelo amor de Deus, amamentem seus filhos”.
Tá ai um tema que ao meu modo de ver deveria ser levado a cada lar deste Brasil com a maior seriedade e vou mais longe acho que não só as mulheres deveriam levantar a bandeira do aleitamento maternno nós homens temos a obrigação enguanto pais de defender o direito de nossos filhos de serem amamentados por suas mãe. Eu até entendo que no mundo moderno nos toma tempo e que a rotina é tensa demais na maioria dos dias, mas vamos nos permitir um questionamento: O que vale mais: Seu tempo ou a saúde de seu filho?
Que delícia deve ser poder amamentar.Ainda não sou mãe,mas sonho em ter três filhos.Apesar de não ter nenhuma criança,já cuidei de muitas e percebi o quanto o leite materno é fundamental,não só para o bebê quanto para a mãe.Além de alimentar o corpo,alimenta a alma,o coração.Mas fico pensando na hora de ter o bebê.Ouvimos tantos casos ruins por aí que dá medo.Precisamos ter um médico da nossa confiança,um hospital da nossa confiança.
ResponderExcluirVou deixar uma dica aqui que poderá ajudar na hora de escolher a equipe que fará o seu parto.
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