sábado, 30 de outubro de 2010

Os "mitos" que foram se rompendo!

Que o PT não aceitaria Dilma que tinha vindo do PDT pudesse ser sua candidata.
Que o fato de ser uma mulher ainda traria muitos preconceitos à tona.
Que o passado de guerrilheira da Dilma era um problema.
Que Dilma não emplacaria porque nunca havia sido candidata a nenhum outro cargo.
Que Dilma bateria no topo dos "30% petistas" e daí não sairia.
Que Dilma não era política e não teria habilidade na conversa com outros partidos.
Que Dilma quando saísse do governo perderia prestígio e espaço na política nacional.
Que Dilma, depois de sua saída do governo, na hora que tivesse que circular sem o Lula se perderia.
Que Dilma quando tivesse que participar de debates seria trucidada pelo Serra.
Que Dilma só ganharia se fosse no 1º turno.
Que num 2º turno, ela não suportaria um enfrentamento direto com Serra.
Enfim, independente do resultado do 2º turno amanhã, mesmo com o favoritismo apontado por todas as pesquisas, o rompimento de alguns dos mitos apontados acima, a candidata Dilma Roussef, teve uma participação exemplar no processo eleitoral.
É evidente que todos estes mitos antes alegados, poderiam se impor, se a capacidade individual da candidata, e especialmente, o projeto que ela representa, não fossem transformados em desafios, vencidos cada um no seu tempo, mas num ritmo constante e crescente.
O quadro evidencia que, ao contrário do que alguns vaticinam, a política, independente, de todos os modismos e da tecnologia cada vez mais acessível, continua a ser um elemento indispensável na mediação dos projetos de sociedade.
No caso específico desta eleição brasileira, talvez, mais ainda que as últimas, os finalistas acabaram, por diversas razões agregando, ao seu redor, com raríssimas execeções, os dois amplos expectros, já bastantes conhecidos da política em qualquer lugar do mundo.
A modernidade traz ainda elementos antes não valorizados e agora reconhecidos também identificados como indispensáveis, em termos de políticas públicas e bem-estar-social: o meio ambiente e a cultura (que podem ainda serem vistos de forma conjunta), mas, a modernidade não conseguiu eliminar a polarização entre esquerda e direita, que colocam em campos opostos, os que defendem a inclusão e a redução das desigualdades sociais e aqueles que vêem no mercado e nas elites, a saídas apenas compensatórias para esta parcela da população.
Enfim, ao contrário do que a campanha de Serra tentou passar, em boa parte da campanha, especialmente, nas forma subliminares, a política é indispensável para organizar a sociedade e, apenas uma comunidade politizada e participativa poderá desfazer e recriar mitos num processo contínuo de debates, reconstrução do novo e evolução da vida em sociedade.
A despolitização com o uso de detalhes e atalhos que tergiversam a questão central é, e sempre será, um artifício daqueles que não aceitam a universalidade do voto que valoriza a cada um de forma igual, e não a alguns, de maneira especial e segmentada do todo.
Por tudo, isto e muito mais, o voto em Dilma representa a continuidade deste processo que a sociedade brasileira vem aprendendo a aperfeiçoar. 


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