segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Dez conselhos para os militantes de esquerda, por Frei Beto.

1. Mantenha viva a indignação

Verificar periodicamente se você é mesmo de esquerda. Adote o critério de Norberto Bobblio:a direita considera a desigualdade social tão natural quanto a diferença entre o dia e a noite. A esquerda encara-a como uma aberração a ser erradicada.
Cuidado: você pode estar contaminado pelo vírus social-democrata, cujos principais sintonas são usar métodos de direita para obter conquistas de esquerda e, em caso de conflito, desagradar aos pequenos para não ficar mal com os grandes.
 
2. A cabeça pensa onde os pés pisam

Não dá para ser de esquerda sem “sujar” os sapatos lá onde o povo vive, luta, sofre, alegra-se e celebra suas crenças e vitórias. Teoria sem prática é fazer o jogo da direita.
 
3. Não se envergonhe de acreditar no socialismo

O escândalo da Inquisição não faz os cristãos abandonarem os valores e as propostas do evangelho. Do mesmo modo, o fracasso do socialismo no Leste europeu não deve induzi-lo a descartar o socialismo do horizonte da história humana.
O capitalismo, vigente há 200 anos, fracassou para a maioria da população mundial. Hoje, somos aproximadamente 6,1 bilhões de habitantes. Segundo o Banco Mundial, 2,8 bilhões sobrevivem com menos de US$ 2 por dia. E 1,2 bilhões, com menos de US$ 1 por dia. A globalização da miséria só não é maior graças ao socialismo chinês que, malgrado seus erro, assegura alimentação, saúde e educação a 1,2 bilhão de pessoas.
 
4. Seja crítico sem perder a autocrítica

Muitos militantes de esquerda mudam de lado quando começam a catar piolho em cabeça de alfinete. Preteridos pelo poder, tornam-se amargos e acusam os seus companheiros (as) de erros e vacilações. Como diz Jesus, vêem o cisco do olho do outro, mas não o camelo no próprio olho. Nem se engajam para melhorar as coisas. Ficam como meros espectadores e juízes e, aos poucos, sãó cooptadpos pelo sistema.
Autocrítica não é só admitir os próprios erros. É admitir ser criticado pelos(as) companheiros (as).
 
5. Saiba a diferença entre militante e ” militonto

“Militonto” é aquele que se gaba de estar em tudo, participar de todos os eventos e movimentos, atuar em todas as frentes. Sua linguagem é repleta de chavões e os efeitos de sua ação são superficiais.
O militante aprofunda seus vínculos com o povo, estuda, reflete,medita; qualifica-se numa determinada forma e área de atuação ou atividade, valoriza os vinculos orgânicos e os projetos comunitários.
 
6. Seja rigorosona ética da militância

A esquerda age por princípios. A direita por interesse. Um militante de esquerda pode perder tudo- a liberdade, o emprego, a vida. Menos a moral. Ao desmoralizar-se, desmoraliza a causa que defende e encarna. Presta um inestimável serviço à direita.
Há pelegos disfarçados de militantes de esquerda. É o sujeito que se engaja visando, em primeiro lugar, à sua ascensão ao poder. Em nome de uma causa coletiva, busca seu interesse pessoal.
O verdadeiro militante – como Jesus, Gandhi, Che Guevara – é um servidor, disposto a dar a própria vida para que outros tenham vida. Não se sente humilhado por não estar no poder, ou orgulhoso ao estar. ele não se confunde com a função que ocupa.
 
7. Alimente-se na tradição da esquerda

É preciso oração para cultivar a fé, carinho para nutrir o amor do casal, ” voltar às fontes” para manter acesa a mística de militância. Conheça a história da esquerda, leia (auto) biografias, como o ” Diário de Che na Bolívia”, e romances como ” A Mãe”, de Gorki, ou “As Vinhas da Ira”, de Steinbeck.
 
8. Prefira o risco de errar com os pobres a ter a pretensão de acertar sem eles

Conviver com os pobres não é fácil. Primeiro, há a tendência de idealizá-los. depois, descobre-se que entre eles há os mesmo vícios encontrados nas demais classes sociais. Eles não são melhores nem piores que os demais seres humanos. A diferença é que são pobres, ou seja, pesoas privadas injusta e involuntariamente dos bens essenciais à vida digna. Por isso, estamos ao lado deles. Por uma questão de justiça.
Um militante de esquerda jamais negocia os direitos dos pobres e sabe aprender com eles.
 
9. Defenda sempre o oprimido, ainda que aparentemente ele não tenha razão

São tantos os sofrimentos dos pobres do mundo que não se pode esperar deles atitudes que nem sempre aparecem na vida daqueles que tiveram uma educação refibada.
Em todos os setores da sociedade há corruptos e bandidos. A diferença é que, na elite, a corrupção se faz com a proteção da lei e os bandidos são defendidos por mecanismo econômicos sofisticados, que permitem que um especulador leve uma nação inteira à penúria.
A vida é o dom maior de Deus. A existência da pobreza clama aos céus. Não espere jamais ser compreendido por quem favorece a opressão dos pobres.
 
10. Faça da oração um antídoto contra a alienação

Orar é deixar-se questionar pelo espírito de Deus.Muitas vezes deixamos de rezar para não ouvir o apelo divino que exigi a nossa conversão, isto é, a mudança de rumo na vida. falamos como militantes e vivermos como burgueses,acomodados ou na cõmoda posição de juízes de quem luta.
Orar é permitir que Deus suverta a nossa existência, ensinando-nos a amar assim como Jesus amava, libertadoramente.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Programa FEBRABAN de Capacitação de Pessoas com Deficiência

Inscrições vão até 28/02/2011

Um ambiente inclusivo, com diversidade de pessoas e de ideias, é também mais criativo, tolerante e agradável de trabalhar. Por isso, somos parceiros do Programa FEBRABAN de Capacitação de Pessoas com Deficiência.

Você pode contribuir para o sucesso dessa iniciativa divulgando a oportunidade para amigos e familiares. Todos os contratados passarão por treinamento específico, ministrado por instituições parceiras. É preciso ser maior de 18 anos, ter ensino médio completo e apresentar alguma deficiência (física, visual ou auditiva).


Canais de atendimento:
Para se inscrever e saber mais sobre essa iniciativa basta acessar www.febraban.org.br/oportunidade ou ligar para (11) 4362 9368 ou ainda dirigir-se a um Centro de Apoio ao Trabalho (CAT), da Prefeitura de São Paulo.

Currículos podem ser enviados para oportunidade@avape.org.br.

Participe indicando currículos!

By-pass em Italva e Cardoso contra as enchentes

O custo da possível medida ainda não é conhecido, mas a Defesa Civil estadual já levanta a possibilidade de construir um by-pass (desvio) no Rio Muriaé, na altura da região central destas duas cidades, para ser usado quando da informação que muita água estaria descendo desde a cabeceira do Rio Muriaé, depois de passar por Itaperuna e antes de chegar ao Rio Paraíba do Sul, em Campos dos Goytacazes.
Os técnicos especializados no assunto avaliam que os repetidos estragos produzidos pelas enchentes, que recorrentemente atingem aquelas duas populações, poderiam justificar o investimento. A conferir!

Bandidos arrombam caixa eletrônico do Santander no São João da Barra Shopping

Quadrilha armada e encapuzada invadiu, na madrugada de ontem, o São João da Barra Shopping, no Centro do município, e arrombou o caixa eletrônico do Banco Santander. Durante a abordagem, eles ameaçaram atirar no vigia, que foi amarrado e colocado dentro da sala de máquinas do caixa. A vítima informou que a quadrilha agiu muito rápido, ficando no interior do shopping por cerca de 30 minutos. O valor roubado não foi divulgado pelo banco. Imagens capturadas por uma câmera do restaurante localizado no shopping e de estabelecimentos vizinhos são analisadas por policiais da 145ª Delegacia de Polícia (DP/SJB).
Policiais da 5ª Companhia de Polícia de SJB informaram que quatro homens armados invadiram o prédio pulando o portão que dá acesso à escada do shopping pela Rua   Aloísio Faria. Eles foram para o segundo piso e seguiram pela escada para o primeiro piso, onde estava o caixa e o vigia. Eles usaram um maçarico para arrombar a máquina.  “Por volta das 3h30 um deles colocou a arma na minha cabeça e os outros chegaram pelas costas. Em seguida, prenderam as minhas mãos com fita adesiva. Eles me jogaram no interior da sala de máquinas, onde fiquei por cerca de 45 minutos, até perceber que tinham fugido. A todo tempo ameaçavam atirar se olhasse para eles ou fizesse movimento brusco. Trabalho aqui há seis anos e nunca me vi em situação semelhante”, disse assustada a vítima.
Após acionar a Polícia Militar, o vigia telefonou para a síndica do shopping, a advogada Estela Lobato, que seguiu para o local e notificou o ocorrido ao banco. Uma luva, garrafas tipo Pet com água e um rolo de fita foram deixados no local. Policiais Civis e do Serviço Reservado do 8º Batalhão de Polícia Militar (P-2) acompanharam peritos durante o recolhimento de amostras, que podem levar à identificação dos criminosos.
Segundo o perito que esteve no shopping, a sobreposição de digitais, comum em ambientes de grande circulação, pode atrapalhar a análise. Além disso, a perícia não confirmou se os criminosos tiveram acesso ao cofre, que fica atrás da máquina. Somente o banco poderá confirmar se os bandidos conseguiram levar o dinheiro e a quantia roubada.

Bando teria fugido num veículo vermelho

Antes mesmo de analisar as imagens capturadas pelo sistema de monitoramento do restaurante e dos estabelecimentos vizinhos, a Polícia informou que os criminosos estavam num veículo de cor vermelha, cuja placa não foi identificada. Para impedir que fossem descobertos, os ladrões fizeram uma barreira usando bancos e um tapete, impedindo a visão de quem passava pelo lado de fora. Preocupada com a segurança do shopping, Estela informou que a instalação de um sistema de monitoramento no local foi discutida durante reunião com condôminos, no início do mês, e deve voltar à pauta. “Quando o shopping foi construído não havia preocupação com a segurança, já que a cidade era pacata. Hoje, o crescimento obriga os poderes públicos a uma ação mais rigorosa no que diz respeito à segurança”, ressaltou.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Estudantes ficam em coma alcoólico após trote no PR

Três estudantes da UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa), a cerca de 120 quilômetros de Curitiba, foram internados em coma alcoólico após participarem de trote. Os três calouros, entre eles dois adolescentes, foram internados em um hospital da cidade e liberados no fim da tarde de hoje. Os estudantes tiveram parte dos cabelos cortados e as unhas pintadas de vermelho. Um boletim de ocorrência foi registrado pela família de um dos calouros.
Em nota, a UEPG disse que tem se empenhado em alertar a comunidade universitária sobre a "necessidade da observância à proibição do ato do 'trote' e sobre a responsabilidade de todos na recepção dos calouros". Na nota, a universidade ressalta que a sindicância visa a "punir envolvidos", o que pode resultar em suspensão ou expulsão, caso se comprove a participação de estudantes veteranos. A UEPG disse que já são rastreadas as imagens que poderão ajudar a identificar os possíveis envolvidos.

Faculdade por conta do esporte

Embora ainda pequeno, cresce número de instituições que dão bolsas a atletas e incentivam esportes universitários. 

Conseguir uma bolsa na universidade por conta do talento esportivo parece roteiro de filme estrangeiro, mas aos poucos ocorre na vida real de jovens no Brasil. Atletas talentosos – e o potencial de marketing que eles representam – são convidados por instituições particulares a cursar a faculdade de graça.

O presidente da Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU), Luciano Cabral, diz que o número de bolsas cresceu por causa de uma mudança nos regulamentos de campeonatos feita em 2005. A entidade passou a exigir que todos os atletas dos times universitários fossem alunos regularmente matriculados nas instituições que representam. Isso reduziu o investimento em patrocínios de esportistas sem ligação com a universidade e tornou as competições mais acirradas. "Desde então, o total de faculdades que participam de pelo menos uma competição durante o ano passou de algumas dezenas para 800, embora as bolsas ainda sejam mais raras", afirma. Ao todo, o País tem 2.300 instituições de ensino superior.
“Conforme os campeonatos ganharam importância, mais alunos se interessaram e, ao mesmo tempo, outras faculdades perceberam como o esporte era positivo para a marca e também formaram suas equipes”, explica Cabral. Também contribui a aproximação da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 no Brasil, que colocarão formadores de atletas em evidência.

Carreira paralela ou no esporte

Em São Paulo, a instituição com mais tradição de investimento em esporte é a Fundação Mackenzie, que tem times desde os anos 60. De acordo Danilo Dourado, do Departamento de Esportes, dos 40 mil estudantes, 2 mil treinam pela instituição e, desses, metade recebe bolsas que vão de 25% a 100% da mensalidade.
O time de futebol feminino, por exemplo, além de estudar de graça, recebe uniforme, chuteiras e local para treinar todos os sábados. “Foram eles que ofereceram a bolsa”, conta uma das jogadoras, Amanda Alves do Nascimento, 19 anos, que está no 4º semestre de Administração.
Moradora do Limoeiro, na zona leste de São Paulo, ela conta que começou a se interessar por futebol ainda criança quando assistia o pai nos jogos do time do bairro aos domingos. Aos 18, foi jogar no Nacional, quando recebeu o convite para cursar a faculdade. Hoje, além de treinar, faz um estágio remunerado na área do curso que frenquenta. “Por enquanto, meu trabalho não é ligado ao esporte, mas escolhi Administração porque é algo que posso aplicar no futebol, quero continuar nessa área quando parar de jogar”, diz.
Já a judoca Camila Satie Zyman Minakawa, de 20 anos, também bolsista do Mackenzie, escolheu Psicologia para ter uma opção de carreira além do esporte. “Sempre gostei de ouvir as pessoas e psicologia é algo que posso usar nas disputas e fora delas”, conta a integrante da seleção brasileira, que nos últimos três anos subiu ao pódio em campeonatos na Europa, Estados Unidos e Venezuela.

 

Novos presidentes de Furnas e da Eletrobras são ligados a Aécio

Enquanto o PMDB chora ter perdido espaço para uma alegada escolha técnica por parte da presidenta Dilma Rousseff para os comandos das principais empresas do setor elétrico, há quem comemore as novas nomeações.
Por exemplo, o senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Ele é muito amigo dos novos presidentes de Furnas, Flávio Decat, e da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto.
Como se sabe, ambos comandaram a Cemig.
Segundo quem cuidava de cargos e indicações no governo Fernando Henrique Cardoso, foi Aécio quem indicou Decat para presidir a Eletronuclear a partir de 2001. Na época, o mineiro Decat deixara uma empresa internacional de produção independente de energia, com sede nos Estados Unidos.
Já Costa Carvalho é amigo de boa parte da bancada do PSDB de Minas.
Há quem aposte que outros nomes aos quais Aécio tem apreço podem, agora, acabar nas diretorias das estatais do setor.
Ou seja, poucos perceberam que os risos do senador ontem quando recebia as centrais sindicais tinha mais a ver com a felicidade dele com as centrais elétricas.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Caixa injeta até R$ 10 bilhões no Panamericano e processa auditores

A Caixa Econômica Federal vai disponibilizar de R$ 8 bilhões a R$ 10 bilhões para dar liquidez ao Banco Panamericano e iniciou processo contra empresas de auditoria que não encontraram o rombo de R$ 3,8 bilhões no balanço do banco de médio porte.
De acordo com o vice-presidente de Finanças da Caixa, Marcio Percival, as empresas de auditoria externa que são alvo de processo são a Deloitte, que checava os balanços do Panamericano, e a KPMG, que assessorou a Caixa na compra de participação no ex-banco de Silvio Santos, em 2009. Na época em que os problemas foram divulgados, a Deloitte não comentou o assunto e a KPMG disse que não auditou o banco.
Segundo o vice-presidente de controle e risco da Caixa, Marcos Vasconcelos, os resultados do Panamericano (que ainda não divulgou o balanço de 2010) entrarão nos números da Caixa no demonstrativo deste primeiro trimestre.
"Vai impactar nos resultados, mas ainda é prematuro dizer de quanto é", disse Vasconcelos.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Cuba liberta presos políticos casados com líderes das Damas de Branco

Cuba libertou no sábado dois presos políticos, Héctor Maseda e Angel Moya, maridos das líderes das Damas de Branco, e agora restam sete dos 52 que o governo prometeu liberar em um diálogo histórico com a Igreja Católica.
Maseda, jornalista e engenheiro eletrônico de 68 anos, e Moya, operário da construção civil de 46, foram liberados mesmo com a recusa de deixar a detenção, já que ambos queriam a libertação dos presos enfermos e liberdade incondicional, informaram suas esposas, Laura Pollán e Berta Soler, respectivamente.
"Saí da prisão contra minha vontade, obrigado, jamais aceitei sair sob licença extrapenal e foi assim que me tiraram", disse Maseda em sua casa no bairro popular de Centro Havana, após abraçar Pollán, visivelmente emocionada.
Moya, libertado poucas horas depois, disse que foi "agredido" por oficiais dos serviços de segurança e recebido em casa, no bairro de Alamar (leste de Havana), por seguidores dos irmãos Fidel e Raúl Castro que gritaram "Abaixo os vende pátrias!" e "Lacaios do império".
"Agora a luta continua, que não reste dúvida a ninguém, porque há um povo do qual durante 50 anos, o governo, agora encabeçado por Raúl, roubou a liberdadeš, declarou Moya à AFP.
Maseda, ex-colaborador da ONG Repórteres Sem Fronteiras e de jornais como o francês Le Monde e os americanos New Herald e New York Times, destacou que seguirá escrevendo e dirigindo seu partido liberal - considerado ilegal pelo governo -, que segundo ele tem šum projeto viável, com experiências do mundo livre e não das tiranias".
Ambos, que cumpriam 20 anos de prisão, são parte de um grupo de 75 dissidentes detidos e condenados em 2003, dos quais 52 ainda estavam na prisão, todos considerados špresos de consciência" pela Anistia Internacional.
A libertação dos 52 é resultado de um acordo de Raúl Castro com o cardeal Jaime Ortega em uma inédita reunião em maio 2010. Em julho do ano passado as libertações começaram, mas foram interrompidas em novembro com um grupo de 12 que não aceitou o exílio na Espanha.
No dia 4 de fevereiro, o processo foi reativado e agora são cinco - com Moya e Maseda - os liberados que permanecem em Cuba. Quarenta viajaram para Madri.
Os dissidentes que não aceitam o exílio alegam que a licença extrapenal concedida significa que estão sob advertência e que a condenação não foi eliminada.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

PT 31 Anos - Os Filhos da Paixão

Este poema histórico fala de força, união, cooperação, solidariedade e da teia de sonhos entrelaçados no nascer de uma estrela., que guiou a luta operária no país.
É com ele que eu presto minha singela homenagem aos milhões de companheiras e companheiras que dedicaram e dedicam os melhores anos das suas vidas à construção desse nosso sonho.
É com ele que eu externo a minha imensa alegria e orgulho de fazer parte do Partido dos Trabalhadores!

Viva o PT,
Viva o Brasil!


Os Filhos da Paixão

Nascemos num campo de futebol.
Haverá berço melhor para dar à luz uma estrela?
Aprendemos que os donos do país só nos ouviam
quando cessava o rumor da última máquina...
quando cantava o arame cortado da última cerca.
Carregamos no peito, cada um, batalhas incontáveis.
Somos a perigosa memória das lutas.
Projetamos a perigosa imagem do sonho.

Nada causa mais horror à ordem
do que homens e mulheres que sonham.
Nós sonhamos. E organizamos o sonho.
Nascemos negros, nordestinos, nisseis, índios,
mulheres, mulatas, meninas de todas as cores,
filhos, netos de italianos, alemães, árabes, judeus,
portugueses, espanhóis, poloneses, tantos...

Nascemos assim, desiguais, como todos os sonhos humanos.
Fomos batizados na pia, na água dos rios, nos terreiros.
Fomos, ao nascer, condenados a amar a diferença.
A amar os diferentes.

Viemos da margem.
Somos a anti-sinfonia
que estorna da estreita pauta da melodia.
Não cabemos dentro da moldura...
Somos dilacerados como todos os filhos da paixão.
Briguentos. Desaforados. Unidos. Livres:
como meninos de rua.

Quando o inimigo não fustiga
inventamos nossas próprias guerras.
Desenvolvemos um talento prodigioso para elas.
Com nossas mãos, sonhos, desavenças compomos um rosto de peão,
uma voz rouca de peão,
o desassombro dos peões para oferecer ao país,
para disputar o país.

Por sua boca dissemos na fábrica, nas praças, nos estádios
que este país não tem mais donos.
Em 84 viramos multidão, inundamos as ruas,
somamos nosso grito ao grito de todos,
depois gritamos sozinhos
e choramos a derrota sob nossas bandeiras.
88. Como aprender a governar,
a desenhar em cada passo, em cada gesto,
a cada dia a vida nova que nossa boca anunciou?

89. Encarnamos a tempestade.
Assombrados pela vertigem dos ventos que desatamos.
Venceu a solidez da mentira, do preconceito.
Três anos depois, pintamos a cara como tantos
e fomos pra rua com nossos filhos
inventar o arco-íris e a indignação.

Desta vez a fortaleza ruiu diante dos nossos olhos.
E só havia ratos depois dos muros.
A fortaleza agora está vazia
ou povoada de fantasmas.
 
O caminho que conduz a ela passa por muitos lugares.
Caravanas: pelas estradas empoeiradas,
pela esperança empoeirada do povo,
pelos mandacarus e juazeiros,
pelos seringais, pelas águas da Amazônia,
pelos parreirais e pelos pampas, pelos cerrados e pelos babaçuais,
mas sobretudo pela invencível alegria
que o rosto castigado da gente demonstra à sua passagem.
 
A revolução que acalentamos na juventude faltou.
A vida não. A vida não falta.
E não há nada mais revolucionário que a vida.
Fixa suas próprias regras.
 
Marca a hora e se põe de nós, incontornável.
Os filhos da margem têm os olhos postos sobre nós.
Eles sabem, nós sabemos que a vida não nos concederá outra oportunidade.
Hoje, temos uma cara. Uma voz. Bandeiras.
Temos sonhos organizados.
 
Queremos um país onde não se matem crianças
que escaparam do frio, da fome, da cola de sapateiro.
Onde os filhos da margem tenham direito à terra,
ao trabalho, ao pão, ao canto, à dança,
às histórias que povoam nossa imaginação,
às raízes da nossa alegria.
 
Aprendemos que a construção do Brasil
não será obra apenas de nossas mãos.
Nosso retrato futuro resultará
da desencontrada multiplicação
dos sonhos que desatamos.

Pedro Tierra
1994

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Grupo Santander tem lucro de US$ 11 bi; US$ 3,9 bi no Brasil

O Grupo Santander obteve lucro líquido de 8,181 bilhões de euros (US$ 11,3 bilhões) em 2010, resultado 8,5% menor que o do ano anterior, informou nesta quinta-feira a entidade presidida por Emilio Botín.
A América Latina foi responsável por 43% do total, ou seja, 4,804 bilhões de euros (US$ 6,6 bilhões). O resultado foi 25% maior que o de 2009, enquanto o crédito aumentou 30% e os depósitos, 28%, em euros.
No Brasil, a companhia alcançou o lucro recorde de 2,836 bilhões de euros (US$ 3,9 bilhões), o que representa aumento de 31%, enquanto o crédito cresceu 32% e os depósitos, 28%, informou a entidade ao regulador da Bolsa espanhola.
Os resultados do Grupo Santander em 2010, segundo ressaltou a companhia em comunicado, evidenciam a sólida capacidade de geração de lucros, que pelo quarto ano consecutivo superam os 8 bilhões de euros (US$ 11 bilhões).
Pelos resultados apresentados, 43% dos lucros procedem de mercados emergentes (América Latina), 38% de mercados maduros em reestruturação (Reino Unido, Estados Unidos e Alemanha) e o restante, 19%, de outros mercados maduros (Espanha e Portugal).
Na Europa, o lucro alcançou 3,885 bilhões de euros (US$ 5,3 bilhões), uma queda de 23%, enquanto o crédito cresceu 1% e os depósitos, 25%.
A Sovereign, a filial americana do Santander, obteve lucro de US$ 561 milhões, frente às perdas de US$ 35 milhões de 2009.
Já a taxa de inadimplência ficou em 3,55%, ligeiramente acima dos 3,24% de 2009.